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Sobre o amor

Clotilde Tavares | 2 de setembro de 2009

 

Hoje quero falar um pouco sobre o amor. E para começo de conversa, nada melhor do que as palavras de Alain de Botton, autor de “Ensaios de amor” (Editora Rocco, 1997). Ele diz que “todos nós temos necessidade de nos sentirmos compreendidos por alguém e de compreender esse alguém, de dividir nossa vida com outro, de contar nossa vida a alguém”. Fala ainda que existem dois tipos de amor: o amor maduro e o amor imaturo.

 

No amor imaturo há uma disputa caótica entre idealização e decepção. Colocamos nas alturas o ser amado para no momento seguinte vê-lo despencar nas profundezas da dúvida e da decepção. O sentimento de amor imaturo é um estado instável em que sentimentos de êxtase e beatitude se misturam com impressões de afogamento e náuseas. Vivemos inseguros, caminhando numa corda esticada sobre o abismo, com o coração em sobressalto.

Já o amor maduro é um sentimento que resiste à idealização. Enxergamos a pessoa do jeito que ela é e não como idealizamos que ela seja, nem projetamos nela qualidades que precisamos desenvolver dentro de nós. O amor maduro também não se compraz no sofrimento, não é masoquista nem obsessivo. Poder-se-ia dizer que o amor maduro seria uma forma muito especial de amizade que permitisse uma dimensão sexual, somente “sexo e amizade”, como diz a canção popular o que, convenhamos, já é muito mais do que a maioria das pessoas consegue na vida. Sendo agradável e pacífico, este tipo de amor dura porque as duas pessoas compreendem quem são e respeitam suas diferenças.

A respeito do amor, Marilyn Fer­guson, no seu inspirado livro “A Conspiração Aquariana” (Editora Record, 1992), comenta que “nosso con­ceito cul­tural das possibilidades do amor é tão limitado que não dispo­mos de um voca­bulário apropriado para descrever as experiências holísti­cas de amor, o qual abrange sentimento, conhecimento e sensibilidade.” Mas considera que a presença do amor é constante e indis­pensável nos re­lacionamentos transfor­madores, que “são caracterizados pela confiança. Os parceiros estão desarma­dos, sabendo que nenhum deles tirará vanta­gens. Cada um arrisca, explora, falha. Não há fingimentos, ou fachadas. Os parceiros cooperam. Deleitam-se com a capaci­dade do outro em surpre­ender. O relacionamento transformador apoia-se na segurança que emana do abandono da certeza absoluta.”

Vivemos na abençoada região do Nordeste, onde as pessoas não dizem “eu te amo”. O nordestino usa outra fórmula para expressar seus mais profundos sentimentos amorosos a respeito de alguém, dizendo “eu lhe quero bem”. Amor se chama “bem-querer”, e bem querer quer dizer exatamente isso: querer o bem, o bem de alguém. Eu não amo alguém para esse alguém me amar. Eu, simplesmente, quero o bem desse alguém incondicionalmente e mobilizo todas as minhas energias para isso, havendo até a possibilidade de deixá-lo livre, se ele assim o desejar.

Gilberto Gil tem uma frase que serve de definição perfeita para o que deve ser o ato de amar: “O seu amor, ame-o e deixe-o livre para amar.”

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